quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Ai de nós





Ai de nós

Trôpegos de ausência,
recolhemos silêncio
em fitas de amianto.

E ai de nós
se negarmos o salto
ao nosso espanto!

                                              30.11.83


quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Profética?

Sim. O poeta é sempre alguém além de seu tempo.



Quando penso...

Quando penso 
no avanço da Ciência
que não alcanço
entro em ânsia.

Mas não é pelo avanço
que me canso.

É pela desvairada correria
em que o mundo virou, 
da noite para o dia.

                                                              25 set./99

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Tempo de Querer



Tempo de querer

Esta vaga ternura
que me confunde
e funde
e nunca finda
e permanece ainda
além do caos,

que me consome
e move
antes do ato
sapato de meus passos
sobre os vaus.

Esta vaga ternura
tão sem cura
que nasce e morre,
no permanecer
é um tempo de querer
que a gente tem,
mas que vive à procura...
     
                                         20.04.84  

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

É bom



É bom

É bom ter gosto
de andar contigo
por onde vás.

É bom dizer-te
que o amor persiste
que o é encontro é paz.

É bom dizer-te
que ser-te, é bom.

                              Natal/83

Inaugurando...


Com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), por meio de bolsa de Pós-doutorado Júnior (PDJ), o acervo da escritora sul-rio-grandense Maria Dinorah Luz do Prado, localizado no DELFOS – Espaço de Documentação e Memória Cultural –, vem sendo explorado. Dentre várias gratas descobertas, foi localizado um conjunto de manuscritos da autora organizados em pequenos cadernos, cadernetas e agendas reaproveitadas – de onde deriva o título do blog –, cujo valor literário e histórico está sendo investigado.
Todavia, há um valor inestimável em tais textos: a lembrança da gaúcha que primeiro pensou a literatura enquanto produção cultural dirigida à criança e, esmerando-se em promovê-la, levou o livro ao leitor infantil através do rádio, do jornal e da aproximação do escritor às escolas e seus alunos. Tem valor a lembrança da professora, da jornalista, da escritora, da mãe e da mulher que, com uma vontade ímpar, se decalcou em tudo o que fez e em todos os seus textos.

É para essa pessoa única e especial que aqui se presta um tributo, trazendo ao conhecimento do público alguns de seus manuscritos, na ânsia de honrar a sua memória.

PS: um agradecimento especial aos herdeiros de Maria Dinorah, que na figura da caçula Keca (Carmen Nogueira), acolheram todas as iniciativas de revitalização de sua obra.