Um tributo à escritora sul-rio-grandense Maria Dinorah Luz do Prado, por sua importância na difusão e consolidação da literatura brasileira do final do século XX ao unir autores e multiplicadores em torno do livro, principalmente, aquele dirigido à criança.
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
Cantada
- ¡ Que bonitos ojos tiens...!
- Isso é bolero.
- ¡ Te quiero!...
- Isso também.
- ¡ Estoy preso en tu mundo!
- Que pena! Se estivesses livre,
poderias prender-me!
terça-feira, 2 de junho de 2015
Ah! Pudesse
Cose-me o ser
um tédio incontrolável
sob os tons monocórdios
do discurso.
Queria caracol tornar-me agora,
e sob um caramujo
proteger-me
de asnices e vazios.
Ah! as horas inúteis!
Pudesse povoá-las de verdades
despidas de arrogância!
Pudesse transformá-las
num canteiro
de rosas e açucenas!
5.8.84
terça-feira, 19 de maio de 2015
Flor
Menina das brancas asas,
dó, ré, mi, fá, sol, lá, si,
quando passas pelas casas,
canta a rua e o céu sorri.
Tanto encanto há no seu jeito
feito de campo e açucena,
que as águas dançam no leito
enquanto a lua te acena.
Um anjo morre de inveja,
um astro morre de amor
ao ver-te cor de cereja,
tingindo o mundo de cor.
Menina, tão menininha,
nem sabes que és uma flor!
segunda-feira, 6 de abril de 2015
Alvo Alçado
Me alço em alvo
e voo.
Vínculo,
Rimo redes e ransos.
Somo e semeio,
inteira e dividida.
O céu é a senda,
a sina, a terra.
A vida, o desafio
feito de espaço
e muros.
No todo,
o espanto de acender
o mundo hostil
com fagulhas de cor.
No dentro, o coração
de aflito pasmo
em alvo alçado.
8.12.83
terça-feira, 10 de março de 2015
Isolamento
Sou exílio de horas mortas
com ideias prisioneiras.
Alhures, o mundo é valsa,
vírgula, vômito, vínculo.
Cá dentro, o mundo sou eu,
e este silêncio enganoso
que me limita de tudo.
11.12.83
sábado, 21 de fevereiro de 2015
MARIA DINORAH LUZ DO PRADO: Prazer em (re)conhecer.
Professora por
formação, jornalista por carisma, contadora de histórias, ativista cultural e
escritora, Maria Dinorah Luz do Prado foi uma das primeiras figuras a pensar a literatura
infantil e infanto-juvenil no Rio Grande do Sul e a se dedicar tanto à criação
artística quanto à aproximação dos autores aos leitores e às escolas. Nascida
em Porto Alegre, em 13 de maio de 1925, filha de Antônio Luz e Adylles Dinorah
Britto Luz, aos três anos de idade Maria Dinorah muda-se para Colônia de São
Pedro, próxima a Torres. Em 1931, a família se estabelece na cidade de Torres
(RS), onde ela passa sua juventude, voltando à região metropolitana apenas em
1938, agora na cidade de Gravataí. Casa-se com Luiz Bastos do Prado em 1943 e
com ele tem seus quatro filhos. Fica viúva em 1963 e se estabelece em Porto
Alegre em 1964.
Alfabetizadora
logo no início de sua vida profissional, Maria Dinorah costumava dizer que tal
experiência a encheu de encanto e alegria e, possivelmente, direcionou sua
carreira. Formou-se em Letras pela Faculdade Porto-Alegrense de Filosofia,
Ciências e Letras em 1967. Trabalhou como professora de Português e
alfabetizadora de 1965 até o ano de 1989, na Escola Diogo de Souza, em Porto
Alegre, e na Escola Agrícola de Cachoeirinha, sendo também Coordenadora do
Setor de Promoções Culturais da Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande
do Sul na mesma época. Em 1970 realizou o curso de Pós-Graduação em Literatura
de Língua Portuguesa na UFRGS. Obteve o grau de Mestre em Literatura de Língua
Portuguesa pela mesma universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1978,
aprofundando assim seus conhecimentos em Literatura Infantil com a dissertação A literatura infantil de Erico Verissimo,
orientada pelo professor Guilhermino Cesar. Nos anos de 1988 e 1989 foi
organizadora e apresentadora do Programa Viva o Livro, da rádio Feplan/RBS, em
que comentava a produção da Literatura Infantil no País.
A produção
literária de Maria Dinorah se inicia em Alvorecer
(1944) e acontece, de forma esporádica, em mais duas obras: No tempo e na vida (1952) e Seara de Luz (1962). Depois de 1970,
tem-se a impressão de que a autora atendeu a uma urgência íntima e publicou, em
intervalos de tempo bastante curtos, mais de cem títulos até a virada do século
XX. A maioria de seus livros é de poesias e de Literatura Infantil e
Infanto-Juvenil, mas Maria Dinorah flertou também com os paradidáticos, como em
Educando para o trânsito (1971) e O
trânsito vai à bicholândia (1971), e
com a crítica literária em O livro
infantil e a formação do leitor (1995) e O
livro na sala de aula: uma alternativa em educação e leitura (1987), tendo
deixado um belíssimo relato de sua experiência didática em Guardados de afeto: repensando
a alfabetização (1990).
Compromissada com a tradição, Maria Dinorah não se mostrava afeita a
experimentalismos de vanguarda em seus textos. Sua obra é povoada de lirismo,
delicadeza, humanidade:
Dona Maricota deitou uma galinha choca com
uma dúzia de ovos.
Chegado o tempo, os ovos estalaram e
começou a saltar pintinho de tudo o que era cor. Foi uma festa no galinheiro!
Mãe-galinha estava feliz com tantos
filhotes bonitos para cuidar.
Uns eram branquinhos como neve. Outros,
amarelinhos como o sol. Outros pardos, cor das folhas secas da bananeira. Havia
ainda um pescocinho pelado e um pretinho como pixe.
(MARIA DINORAH, 1973:06)
No ano em que Maria
Dinorah publicou Alvorecer, publicou
também seu primeiro artigo jornalístico em um periódico na cidade de São
Leopoldo (RS). A partir desse, escreveria como colaboradora para o Correio do Povo, Folha da Tarde, Diário de
Notícias e Jornal do Comércio.
Nesse era responsável pela célebre Com Mercinho,
página do jornal dirigida ao público infantil.
Leitora contumaz,
Maria Dinorah teve sua obra bastante influenciada pela leitura dos textos do
poeta português Antônio Nobre, em cujas obras buscou inspiração e com quem
aprendeu a “sonetar”. Entre suas demais e importantes influências estão Mário
Quintana, amigo de frequente contato, Cecília Meireles, de quem se considerava
grande amiga, e Erico Verissimo, por quem tinha grande admiração.
Sua produção está
situada, por sua recepção e pela história literária sul-rio-grandense, entre as
publicações de literatura infantil de maior êxito junto ao público, em especial,
o escolar, tendo sido, talvez até hoje, a autora gaúcha mais produtiva e mais
lida nesta área. O destaque de sua obra é a ludicidade. Ricos em sonoridade e
com linguagem apurada, os textos de Maria Dinorah exploram e reverberam o
universo infantil de forma emotiva e verdadeira. Sobre isso João Carlos
Tiburski afirma:
Não importa que sua literatura não tenha
os experimentalismos das vanguardas. Ela tem o lirismo, a humanidade, a
delicadeza e o profundo amor de alguém que procura o outro, o leitor, para se
comunicar, para lhe dizer alguma coisa, pra dialogar com as estrelas, com as
flores, com os bichos, com a sensibilidade humana.
(Rio Grande do Sul
- SEC, 2002:23)
E um excerto da
obra Chapéu de vento, comprova:
Menino, carrega o vento
nas abas do teu chapéu.
Serás, no chão, cata-vento,
e uma pandorga no céu.
(MARIA DINORAH,
1989: 05)
Alguns fragmentos
do discurso proferido por Carlos Nejar em 27 de outubro de 1989, na XXXV Feira
do Livro de Porto Alegre, ocasião em que Maria Dinorah foi homenageada com o
patronato do evento, podem dar uma dimensão da pessoa e da obra de escritora
gaúcha:
Maria Dinorah nunca deixou de ser mestra,
ligada a várias gerações do Rio Grande. Mestra que vê a linguagem como fonte
pura de imaginação libertadora.
Sim, Dinorah vê as coisas com os olhos das
crianças. Isto é, como os olhos de poesia, intentando aprofundar o drama da
solidão humana, sem perder o favo da alegria de estar viva. (...)
Dinorah convive com o encantamento. Seus
textos são mágicos e vai mudando na sua relação com o leitor, porque é o leitor
que amadurece o fruto que o escritor plantou. A árvore é a da nossa comum
humanidade.
E, como ela, as personagens carregam o
lirismo, orvalho das manhãs e, em regra, são crianças, ou “a criança que um dia
fomos” no dizer de Exupéry, para serem amadas por todas as idades. E,
sabiamente, não impede com propósitos ou despropósitos, os seus movimentos.
Permitem que brinquem, conversem, pensem: existam. E podem testemunhar a favor
dela e de nós. (...)
(...) Maria Dinorah é alguém que defende a
dignidade da palavra, ama o livro, busca como nós, um rosto cultural ao País.
É autora dedicada e reconhecida,
nacionalmente, a este mister, tão difícil e incompreendido, da literatura
infantil e infanto-juvenil.
(Rio Grande do Sul – SEC, 2002:05)
Tal fala do
escritor Carlos Nejar está inserida no volume intitulado Maria Dinorah, da série Autores
Gaúchos, publicado pelo IEL – Instituto Estadual do Livro, do Estado do Rio
Grande do Sul – em 2002. Nele constam ainda alguns depoimentos marcantes de
grandes personalidades da Literatura Brasileira de dentro e de fora do Estado.
O que gosto mesmo nos livros de Maria
Dinorah é sua preocupação em, respeitando a fantasia da criança, aproximá-la do
mundo contemporâneo. Assim, suas estórias sempre se situam ou relacionam com
este mundo tecnológico, com a cidade grande, com as diferenças entre o campo e
a megalópolis, com os valores mais importantes da humanidade, e não se lhe pode
negar nem o acerto da preocupação nem a sensibilidade na escolha dos temas.
Antonio Hohlfeldt (Rio Grande do
Sul – SEC, 2002:13)
Sobre Maria
Dinorah Luz do Prado, o escritor Caio Fernando Abreu afirmou que:
Se eu tivesse um filho, colocaria sem medo
nas mãos dele este bonito livro da professora Maria Dinorah.
Confesso que suas histórias me encantam,
sobretudo Os dois barquinhos. Há uma
grande responsabilidade na literatura infantil, é preciso muito cuidado ao
lidar com mentes ainda em formação. Maria Dinorah parece plenamente consciente
disso – em suas estórias nunca há um momento de violência, nunca uma má lição
ou um mau exemplo para a criança.
Ela ensina o respeito pela natureza, o
amor, a humildade – sempre de maneira poética e extremamente digna.
(Rio Grande do Sul
– SEC, 2002:05)
Mario Quintana, o
poetinha da Rua da Praia, à sua amiga Maria Dinorah declarou:
A gente para inventar uma estória tem de
fazer com que seus episódios se sucedam com naturalidade de movimento com que
uma criança vira uma cambota. É a liberdade da fantasia, a criação no exercício
de seu livre arbítrio.
Portanto, Maria Dinorah, não vou dizer que
fiquei preso às suas estórias: pelo contrário, elas me libertaram.
Não é por acaso essa a função da poesia?
(Rio Grande do Sul
– SEC, 2002:05)
Erico Verissimo e
Carlos Drummond de Andrade também se sentiram seduzidos pela obra de Maria
Dinorah:
Teus livros Pinto Verde e O catavento
entraram nesta casa e deliciaram não só os meus netos como também este avô, que
te manda os parabéns pelo trabalho.
O que estás fazendo pela nossa literatura
infantil é muito importante. A linguagem que usas nas tuas narrativas é clara e
simples.
O enredo dos contos prende a atenção e
mantém acesa a curiosidade do leitor e do ouvinte (conforme a idade).
Espero que sigas nesse caminho sem
esmorecimentos, contribuindo para o enriquecimento dum gênero literário que, no
Brasil, até hoje se tem alimentado principalmente de traduções. Um abraço.
Erico
Verissimo (Rio Grande do Sul – SEC, 2002:14)
O Pinto
Verde está aqui ao meu lado, encantando o menino velho que ora lhe agradece
o presente.
Que dizer de seu livrinho delicioso, se
Mario Quintana já disse tudo, em poucas palavras?
Eu subscrevo, com um abraço amigo para
você.
Carlos
Drummond de Andrade (Rio Grande do Sul – SEC, 2002:14)
Tania Jamardo
Faillace escolhe considerar a interlocução existente na obra de Maria Dinorah
entre literatura e pedagogia, enaltecendo-a:
Maria Dinorah, poetisa e professora, não
separa da literatura sua vocação didática, que é uma abertura para o mundo de
hoje, com seus problemas candentes: poluição, preconceito, intolerância,
guerra.
Em estorinhas curtas, humorísticas ou
líricas, M.D. (sic) vai apresentando o mundo como ele é, e como deveria ser,
com um pouco de esforço.
(Rio Grande do Sul – SEC, 2002:14)
Elogios à parte,
Maria Dinorah, como muitos talvez já saibam, sempre foi catalogada como
professora-escritora, cujos textos padeciam de um certo sentimentalismo fácil e
de uma excessiva vontade de “educar” seu leitor-criança, às custas da criação
artística propriamente dita. Mas, mesmo que, apesar do endosso de vários nomes
célebres da Literatura Brasileira, “à boca pequena” sempre tenha havido
questionamentos quanto à qualidade da obra de Maria Dinorah, historicamente o
registro da importância e validade de sua obra é perene não só pela legião de
leitores que formou, mas pela grande quantidade de prêmios, títulos e
homenagens a ela conferidos. Dentre eles, destacam-se: o Prêmio Guararapes, da
União Brasileira de Escritores/SP, pelas obras A fábrica das gaiolas, Solidão
e mel, Uma e una; a homenagem (a
primeira concedida a uma mulher) da Câmara Rio-Grandense do Livro, por ocasião
da XXXV Feira do Livro de Porto Alegre, em 1989; o Prêmio Jorge de Lima, pelo
livro Geometria de sombra, em 1992,
livro que também rendeu o Prêmio Jabuti no mesmo ano. Enfim, em cinquenta anos
de atividade, muitas foram as entidades que concederam prêmios e láureas a
Maria Dinorah, tendo destaque, dentre elas, a Associação de Críticos de Arte, a
Fundação Nacional Livro Infantil e Juvenil, o Instituto Piaget (Lisboa) e a
Feira de Bolonha (Itália).
Em 9 de novembro
de 1985, Maria Dinorah teve a alegria e a honra de dar seu nome à pequena
biblioteca que existia no Parque Moinhos de Vento em Porto Alegre. Atualmente a
Biblioteca Ecológica Infantil Maria Dinorah tem em seu acervo cerca de três mil
volumes, disponíveis para consulta local e empréstimo, e promove ações que
incentivam a leitura e despertam o interesse de crianças e adolescentes pelas
questões sociais e ambientais – quesito em que é pioneira no Brasil.
O espólio relativo
à vida literária de Maria Dinorah Luz do Prado foi doado à Biblioteca Central
Irmão José Otão, em 2009 e hoje se encontra no Delfos – Espaço de Documentação
e Memória Cultural da PUCRS. Dele faz parte uma variada gama de documentos,
como, por exemplo:
·
demonstrativo
de pagamento de direito autoral;
·
acordo
com editora sobre publicação de livro;
·
solicitação
de autorização para uso de texto da autora; recortes de jornal com críticas à
sua obra;
·
recortes
de jornal com ensaios críticos redigidos por Maria Dinorah;
·
originais
manuscritos;
·
originais
datiloscritos;
·
textos
inéditos;
·
correspondências
de outros escritores para Maria Dinorah e de Maria Dinorah para outros
escritores.
Atualmente há
apenas um projeto de pesquisa vigente envolvendo o Acervo Maria Dinorah Luz do
Prado. Trata-se da investigação, justamente, do diálogo entre o percurso
pessoal e a obra literária da escritora, a partir de uma leitura hermenêutica
com base nos conceitos de mesmidade e ipseidade expostos por Paul Ricoeur em
sua obra O si-mesmo como um outro. A
intenção da pesquisa é explorar textos de natureza crítica produzidos pela
escritora, veiculados em jornais e revistas, registros de sua trajetória e
produção acadêmica e artigos que relatem sua vivência pessoal e profissional e
seu ativismo cultural, disponíveis em seu acervo e relacioná-los à sua obra
ficcional, buscando identificar a interferência do percurso pessoal e
profissional de Maria Dinorah sobre a produção da literata.
Enfim, por seu
papel na história da literatura sul-rio-grandense, pelo volume de sua produção
literária, pelo fato de seus textos terem sido lidos por várias gerações e por
sua participação na popularização da literatura infantil no sul do País, é
certamente um prazer poder (re)conhecer Maria Dinorah Luz do Prado como uma
grande dama da literatura brasileira, através da investigação de seu rico
acervo que se encontra disponível também a novos pesquisadores no Delfos, da
PUCRS.
PRINCIPAIS OBRAS DA AUTORA
Alvorecer. 1944.
No tempo e na vida [S.l].: Própria, 1952.
Seara de luz. Porto Alegre: Globo, 1963.
Ensinando com poesia: estudos sociais e ciências naturais para o primeiro ano primário. Porto Alegre: Tabajara, 1968
Educando para o trânsito. Porto Alegre. 1971.
Gramaticolândia: com nova ortografia. Porto Alegre, 1972.
Pinto verde e outras estórias. São Paulo: Bels, 1973.
A formiguinha e as festas da escola. Porto Alegre: SEC-SMED, Fin-Hab, 1974.
Catavento e outras histórias. Porto Alegre: Bels, 1974.
O macaco preguiçoso e outras histórias. Porto Alegre: Bels, 1975.
O coelho dim-dim e outras estórias. Porto Alegre: Bels, 1976.
Dedé. Porto Alegre: Bels, 1976.
Frufru. Porto Alegre: Bels, 1977.
A caranguejola do Zeca e outras histórias. São Paulo; Bels, 1977.
A medida do sorriso. São Paulo: Melhoramentos, 1978.
Felpudo e Olho Grande: mais outras histórias para brincar. Porto Alegre: Globo, 1979
Hora nua. Porto Alegre: Movimento, 1980.
O cata-vento. Petrópolis: Vozes, 1980.
Três voltas de ciranda. São Paulo: Melhoramentos, 1980.
Simplesmente Maria. São Paulo: Melhoramentos, 1981.
O galo superdotado. São Paulo: Pioneira, 1982.
O vôo do pássaro e outras histórias. São Paulo: Melhoramentos, 1982.
Quando explodem as estrelas. São Paulo: Do Brasil, 1982.
A gaitinha do seu Zé. São Paulo: Pioneira, 1983.
Solidão e mel. Porto Alegre: Movimento, 1983.
Cantiga de estrela. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1984.
Festa no parcão. Porto Alegre: Secretaria Municipal do Meio Ambiente, 1985.
Mata-tira-tirarei. Porto Alegre: L&PM, 1985.
Roda de chimarrão. Porto alegre: Tchê, 1985.
A falta que ela nos faz. São Paulo: Melhoramentos, 1986.
Barco de sucata. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1986.
Boi boá. São Paulo: Melhoramentos, 1986.
Panela no fogo, barriga vazia. Porto Alegre: L&PM, 1986.
A coragem de crescer. São Paulo: FTD, 1987.
Futebol no céu. Porto Alegre: Tchê, 1987.
O livro na sala de aula: uma alternativa em educação e leitura. Porto Alegre: L&PM, 1987.
Tudinha. Porto Alegre: Tchê, 1987
O ontem do amanhã. São Paulo: Melhoramentos, 1988.
Um peixe muito sabido. Porto Alegre: Tchê, 1988.
A cesta de gatos. Porto Alegre: Ricel, s/d.
Flauta do silêncio. São Paulo: ícone, 1989.
Chapéu de vento. Porto Alegre: Tchê, 1989.
Seu Zé. Porto Alegre: Sulina, 1989.
Tudo pode, nada pode. Porto Alegre: Sulina, 1989.
Coragem de sonhar. São Paulo: Moderna, 1990.
Coração de papel. São Paulo: Moderna, 1990.
Guardados de afeto: repensando a alfabetização. Belo Horizonte: Lê, 1990.
Poesias para datas festivas da escola. Porto Alegre: Tabajara, 1990.
Dom gato. Belo Horizonte: Miguilim, 1991.
Menino na avenida. São Paulo: Do Brasil, 1991
Iara aruana. São Paulo: Do Brasil, 1991.
Tem que dar certo. São Paulo: Melhoramentos, 1991.
Meu verde mar azul. São Paulo: Moderna, 1992.
O ursinho azul. São Paulo: Moderna, 1992.
O parque. São Paulo: Moderna, 1992.
Pitangas e vaga-lumes. Belo Horizonte: Lê, 1992.
Pra falar de amor. São Paulo: Santuário, 1992.
Ver de ver. São Paulo: FTD, 1992.
Vinte pontos de uma vez. Belo Horizonte: Lê, 1992.
Meu gatinho. Rio de Janeiro: Memórias Futuras, 1993.
A flautinha do Pirulin. Petrópolis: Vozes, 1993.
Bom-dia, Maria! Petrópolis: Vozes, 1993.
Ecocirandinha. Porto alegre: Mercado Aberto, 1993.
Geometria das sombras. Rio de Janeiro: Instituto Estadual do Livro, 1993.
O poema da flor. Petrópolis: Vozes, 1993.
O território da flor e outras histórias. São Paulo: Melhoramentos, 1993.
Dona raposíssima da silva. São Paulo: Melhoramentos, 1994.
Piá também conta causo. Porto Alegre: Tchê, 1994.
História de fadas e prendas. São Paulo: Ática, 1994.
Dengue-dengue cara de merengue. Porto Alegre: Globo, 1995.
Giroflê, giroflá. Belo Horizonte: Lê, 1995.
O livro infantil e a formação do leitor. Rio de Janeiro: Vozes, 1995.
Que falta ela nos faz. Belo Horizonte: Lê, 1995.
Um pai para Vinícius. São Paulo: FTD, 1995.
Semente mágica. Porto Alegre: EU, 1996.
Verso e reverso. São Paulo: Paulinas, 1996.
História para vovó dormir [S.N.E.]
O desafio da liberdade. Belo Horizonte: Dimensão, 1997.
Um amor de lagartixa. Caxias do Sul: Maneco, 1997.
Poesia sapeca. Porto Alegre: L&PM, 2002.
Dobrando o silêncio. Porto Alegre: Editora AGE, 1997.
A lagoa encantada. Caixas do Sul: Maneco, 1998.
Os gêmeos. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 1999.
PRINCIPAIS OBRAS DA AUTORA
Alvorecer. 1944.
No tempo e na vida [S.l].: Própria, 1952.
Seara de luz. Porto Alegre: Globo, 1963.
Ensinando com poesia: estudos sociais e ciências naturais para o primeiro ano primário. Porto Alegre: Tabajara, 1968
Educando para o trânsito. Porto Alegre. 1971.
Gramaticolândia: com nova ortografia. Porto Alegre, 1972.
Pinto verde e outras estórias. São Paulo: Bels, 1973.
A formiguinha e as festas da escola. Porto Alegre: SEC-SMED, Fin-Hab, 1974.
Catavento e outras histórias. Porto Alegre: Bels, 1974.
O macaco preguiçoso e outras histórias. Porto Alegre: Bels, 1975.
O coelho dim-dim e outras estórias. Porto Alegre: Bels, 1976.
Dedé. Porto Alegre: Bels, 1976.
Frufru. Porto Alegre: Bels, 1977.
A caranguejola do Zeca e outras histórias. São Paulo; Bels, 1977.
A medida do sorriso. São Paulo: Melhoramentos, 1978.
Felpudo e Olho Grande: mais outras histórias para brincar. Porto Alegre: Globo, 1979
Hora nua. Porto Alegre: Movimento, 1980.
O cata-vento. Petrópolis: Vozes, 1980.
Três voltas de ciranda. São Paulo: Melhoramentos, 1980.
Simplesmente Maria. São Paulo: Melhoramentos, 1981.
O galo superdotado. São Paulo: Pioneira, 1982.
O vôo do pássaro e outras histórias. São Paulo: Melhoramentos, 1982.
Quando explodem as estrelas. São Paulo: Do Brasil, 1982.
A gaitinha do seu Zé. São Paulo: Pioneira, 1983.
Solidão e mel. Porto Alegre: Movimento, 1983.
Cantiga de estrela. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1984.
Festa no parcão. Porto Alegre: Secretaria Municipal do Meio Ambiente, 1985.
Mata-tira-tirarei. Porto Alegre: L&PM, 1985.
Roda de chimarrão. Porto alegre: Tchê, 1985.
A falta que ela nos faz. São Paulo: Melhoramentos, 1986.
Barco de sucata. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1986.
Boi boá. São Paulo: Melhoramentos, 1986.
Panela no fogo, barriga vazia. Porto Alegre: L&PM, 1986.
A coragem de crescer. São Paulo: FTD, 1987.
Futebol no céu. Porto Alegre: Tchê, 1987.
O livro na sala de aula: uma alternativa em educação e leitura. Porto Alegre: L&PM, 1987.
Tudinha. Porto Alegre: Tchê, 1987
O ontem do amanhã. São Paulo: Melhoramentos, 1988.
Um peixe muito sabido. Porto Alegre: Tchê, 1988.
A cesta de gatos. Porto Alegre: Ricel, s/d.
Flauta do silêncio. São Paulo: ícone, 1989.
Chapéu de vento. Porto Alegre: Tchê, 1989.
Seu Zé. Porto Alegre: Sulina, 1989.
Tudo pode, nada pode. Porto Alegre: Sulina, 1989.
Coragem de sonhar. São Paulo: Moderna, 1990.
Coração de papel. São Paulo: Moderna, 1990.
Guardados de afeto: repensando a alfabetização. Belo Horizonte: Lê, 1990.
Poesias para datas festivas da escola. Porto Alegre: Tabajara, 1990.
Dom gato. Belo Horizonte: Miguilim, 1991.
Menino na avenida. São Paulo: Do Brasil, 1991
Iara aruana. São Paulo: Do Brasil, 1991.
Tem que dar certo. São Paulo: Melhoramentos, 1991.
Meu verde mar azul. São Paulo: Moderna, 1992.
O ursinho azul. São Paulo: Moderna, 1992.
O parque. São Paulo: Moderna, 1992.
Pitangas e vaga-lumes. Belo Horizonte: Lê, 1992.
Pra falar de amor. São Paulo: Santuário, 1992.
Ver de ver. São Paulo: FTD, 1992.
Vinte pontos de uma vez. Belo Horizonte: Lê, 1992.
Meu gatinho. Rio de Janeiro: Memórias Futuras, 1993.
A flautinha do Pirulin. Petrópolis: Vozes, 1993.
Bom-dia, Maria! Petrópolis: Vozes, 1993.
Ecocirandinha. Porto alegre: Mercado Aberto, 1993.
Geometria das sombras. Rio de Janeiro: Instituto Estadual do Livro, 1993.
O poema da flor. Petrópolis: Vozes, 1993.
O território da flor e outras histórias. São Paulo: Melhoramentos, 1993.
Dona raposíssima da silva. São Paulo: Melhoramentos, 1994.
Piá também conta causo. Porto Alegre: Tchê, 1994.
História de fadas e prendas. São Paulo: Ática, 1994.
Dengue-dengue cara de merengue. Porto Alegre: Globo, 1995.
Giroflê, giroflá. Belo Horizonte: Lê, 1995.
O livro infantil e a formação do leitor. Rio de Janeiro: Vozes, 1995.
Que falta ela nos faz. Belo Horizonte: Lê, 1995.
Um pai para Vinícius. São Paulo: FTD, 1995.
Semente mágica. Porto Alegre: EU, 1996.
Verso e reverso. São Paulo: Paulinas, 1996.
História para vovó dormir [S.N.E.]
O desafio da liberdade. Belo Horizonte: Dimensão, 1997.
Um amor de lagartixa. Caxias do Sul: Maneco, 1997.
Poesia sapeca. Porto Alegre: L&PM, 2002.
Dobrando o silêncio. Porto Alegre: Editora AGE, 1997.
A lagoa encantada. Caixas do Sul: Maneco, 1998.
Os gêmeos. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 1999.
REFERÊNCIAS
DELFOS. Espaço
de Documentação e Memória Cultural. Acervo
Maria Dinorah Luz do Prado. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul, 2012. Disponível em: < http://www.pucrs.br/delfos/?p=prado. Data de acesso:
10/09/2013.
DINORAH, Maria. Alvorecer. Gravataí: Gráfica Gravataí, 1944.
_____ . No tempo e na vida. Gravataí: Gráfica Gravataí, 1952.
_____ . Seara de luz. Gravataí: Gráfica Gravataí, 1962.
_____. O
Trânsito vai à bicholândia Porto Alegre: Bels, 1971.
_____. Educando
para o trânsito. Porto Alegre: Secretaria de Segurança Pública, 1971.
_____ . Pinto Verde e outras estórias. 3.ed. São Paulo: Melhoramentos, 1979.
_____.
O livro na sala de aula: uma alternativa em
educação e leitura. Porto
Alegre: L&PM, 1987.
_____ . Chapéu de vento. Porto Alegre:
Tchê, 1989.
_____ . Guardados
de afeto: repensando a alfabetização. Belo Horizonte:
Editora Lê, 1990.
_____.
O Livro infantil e a formação do Leitor.
Petrópolis: Vozes, 1995
RICOEUR,
Paul. O si-mesmo como um outro. Campinas:
Papirus, 1991.
RIO GRANDE
DO SUL. SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA. Maria
Dinorah / Instituto Estadual do Livro. Porto Alegre: IEL – CORAG, 2002.
(Autores Gaúchos – Nova Série)
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
Ai de nós
Ai de nós
Trôpegos de ausência,
recolhemos silêncio
em fitas de amianto.
E ai de nós
se negarmos o salto
ao nosso espanto!
30.11.83
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Profética?
Sim. O poeta é sempre alguém além de seu tempo.
Quando penso...
Quando penso
no avanço da Ciência
que não alcanço
entro em ânsia.
Mas não é pelo avanço
que me canso.
É pela desvairada correria
em que o mundo virou,
da noite para o dia.
25 set./99
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
Tempo de Querer
Tempo de querer
Esta vaga ternura
que me confunde
e funde
e nunca finda
e permanece ainda
além do caos,
que me consome
e move
antes do ato
sapato de meus passos
sobre os vaus.
Esta vaga ternura
tão sem cura
que nasce e morre,
no permanecer
é um tempo de querer
que a gente tem,
mas que vive à procura...
20.04.84
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
É bom
É bom
É bom ter gosto
de andar contigo
por onde vás.
É bom dizer-te
que o amor persiste
que o é encontro é paz.
É bom dizer-te
que ser-te, é bom.
Natal/83
Inaugurando...
Com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul (PUCRS), por meio de bolsa de Pós-doutorado Júnior (PDJ), o
acervo da escritora sul-rio-grandense Maria Dinorah Luz do Prado, localizado no
DELFOS – Espaço de Documentação e Memória Cultural –, vem sendo explorado.
Dentre várias gratas descobertas, foi localizado um conjunto de manuscritos da
autora organizados em pequenos cadernos, cadernetas e agendas reaproveitadas –
de onde deriva o título do blog –, cujo valor literário e histórico está sendo
investigado.
Todavia, há um valor inestimável em tais textos: a lembrança
da gaúcha que primeiro pensou a literatura enquanto produção cultural dirigida
à criança e, esmerando-se em promovê-la, levou o livro ao leitor infantil
através do rádio, do jornal e da aproximação do escritor às escolas e seus
alunos. Tem valor a lembrança da professora, da jornalista, da escritora, da mãe
e da mulher que, com uma vontade ímpar, se decalcou em tudo o que fez e em todos
os seus textos.
É para essa pessoa única e especial que aqui se presta um
tributo, trazendo ao conhecimento do público alguns de seus manuscritos, na
ânsia de honrar a sua memória.
PS: um agradecimento especial aos herdeiros de Maria Dinorah, que na figura da caçula Keca (Carmen Nogueira), acolheram todas as iniciativas de revitalização de sua obra.
PS: um agradecimento especial aos herdeiros de Maria Dinorah, que na figura da caçula Keca (Carmen Nogueira), acolheram todas as iniciativas de revitalização de sua obra.
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